Editar o vasto material artístico de Helena Ribeiro para a mostra “Entre Linhas e Cores” mostrou-se trabalho árduo, na medida em que a pluralidade de técnicas e a produção constante da artista por mais de 30 anos de carreira gerou vasta obra de reconhecida qualidade.
Entre aquarelas, telas, esculturas, cadernos de croquis e intervenções em suportes inusitados, os trabalhos da artista formada na FAAP em 1970 vão se revelando de forma surpreendente. Enfim, cerca de 50 obras serão apresentadas ao público de São Paulo na Galeria PontoArt, de 1º de julho a 13 de agosto, com performance de ateliê-vivo no dia 23 de julho das 12 hs às 18hs (mais informações no serviço).
No aconchegante ateliê situado na Vila Madalena, Helena conta que bebeu na fonte de Ubirajara Ribeiro, Waldemar da Costa e Ely Bueno – mestres que a ensinaram a apurar o domínio da técnica artística. Helena Ribeiro é pintora, gravadora, desenhista e arte-educadora; desenvolveu carreira de professora de artes até o final dos anos 90 paralelamente ao trabalho como artista plástica. Hoje compartilha seu conhecimento com alunos nas aulas que ministra em seu ateliê.
Eclética e inovadora, a artista inicialmente explorou a expressividade do lápis (preto e colorido) e da aquarela, retratando paisagens semi-abstratas nas quais a organização de formas e cores têm como resultado climas nostálgicos, quase surrealistas. Com o tempo, passou a explorar com versatilidade as mais variadas técnicas e costuma comparar sua inquietude ao poeta Fernando Pessoa: “vejo meu trabalho como os heterônimos de Pessoa, como se a cada novo material uma nova artista brotasse dentro de mim”, diz Helena.
Segundo a artista, a função social do artista é ser multiplicador de informação, opinião e ideias. E enfatiza:“seja fazendo uma bolha de sabão, esculpindo madeira, modelando barro ou fotografando sempre recolho pedaços das imagens que me cercam e as recrio poeticamente. Esse é o meu movimento existencial”.
Realizou exposições coletivas e individuais no Centro Cultural São Paulo, Galeria Mali Villas Boas, Museu da Imagem e do Som (MIS), Café Journal, Galeria Paulo Figueiredo – com a participação de Claudio Tozzi, Tomie Ohtake, Batinsky; entre outras. Participa do evento Arte da Vila há sete anos. Entre seus trabalhos destaca a participação no painel Epopéia Paulistana coordenado pela artista plástica Maria Bonomi, desenvolvido coletivamente no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP). O painel de 73 metros de comprimento por 3 metros de altura está instalado no corredor sob a Rua Mauá que interliga metrô e trens, na Estação da Luz.
Vejam a seguir fotos de algumas obras a serem expostas:
